quinta-feira, 7 de novembro de 2019

A. J. Pereira da Silva - O 1º Paraibano da Academia Brasileira de Letras

A. J. Pereira da Silva com fardão da ABL

Foi na Vila d'Araruna, que nasceu Antônio Joaquim Pereira da Silva, aos 6 de novembro de 1876, filho de Manoel Joaquim da Silva, fabricante de violas e Maria Ercelina Pereira da Silva. Foi batizado no dia 12 de março de 1877 pelo vigário Francisco Xavier da Rocha.  Sobre a dedicação do pai, no ofício de carpinteiro, disse:

 “Meu pai era para suas violas, por todo aquele mundo sertanejo, o que era Stradivarius para os seus violinos”.

Teve uma infância pobre, quando o pai faleceu, algum tempo depois, a mãe casou-se novamente e, para seguir o novo marido, deixa-o aos cuidados da avó, e ele diz: “começou aí toda a tristeza da minha vida”. 

O prazer pela leitura aprendeu com o tio Synézio Pereira da Cruz, no curso primário. Tinha por hábito, ler tudo que estivesse ao seu alcance, como jornais velhos, livros de histórias, romances. Aos 8 anos tornou-se coroinha na Capela da Conceição (Atual Igrejinha de Santo Antônio), onde todo dia ajudava à missa.

Ao saber ler e escrever era minha ocupação no casarão dos meus avós, ler entre laranjeiras floridas. E o fazia em voz alta, para maior deleite dos meus sentidos”.

Igrejinha de Santo Antônio
Forçado pela fome e pela seca, em 1891, aos 14 anos saiu de Araruna com a família, deixando á Paraíba e indo para o estado do Rio de Janeiro. Pereira da Silva fez um depoimento sobre esta transição: “A seca fez que minha família abandonasse a minha terra. Viemos para o Rio. Nem calculará você as apreensões, as decepções anônimas dos transplantados. A ilusão da cidade [...]”. 

No Rio de Janeiro, começou a trabalhar, onde possuía jornada extensa de trabalho numa oficina mecânica (das 6h ás 18 h), à noite estudava no Liceu de Artes e Ofícios, logo obteve emprego na Estação da Estrada de Ferro Central, foi nesta ocasião que iniciaram seus interesses pelos assuntos que remetiam a Literatura. Em 1895, ingressa na Escola Militar da Praia Vermelha, onde em missão de suprir sua carente instrução, esforça-se nos estudos, tendo reduzidas noites de sono.

Ao Paraná, foi enviado, por ter participado de um movimento revolucionário para o 13º Batalhão de Cavalaria em Curitiba. Após o ocorrido, Pereira da Silva lançou em 1903, o seu primeiro livro, “Vae Soli!”, neste período, retorna ao Rio de Janeiro, e se matricula em uma Faculdade de Direito.

Ainda estudante, foi trabalhar no jornal “Cidade do Rio”, onde assinava com o pseudônimo J.d’Além. O poeta ararunense esta época, convivia com uma geração simbolista, como Felix Pacheco, Saturnino Meireles, Tibúrcio de Freitas e Rocha Pombo, este último, tendo sido mais adiante seu sogro.  Pereira da Silva enamora-se e casa com Eulina (Lili), filha do mesmo, este casamento torna-se o infortúnio de sua vida, pela não correspondência amorosa de sua esposa.

Retrato de Formatura, primeira década do século XX.
Fonte: Humberto F. de Lucena

Foi promotor público ao voltar ao Paraná, em São José dos Pinhais, depois Palmeira, no mesmo estado, aprendendo sozinho o alemão, língua que chegou a publicar algumas notas no Jornal “Der Beobachter”. Desiludiu-se da carreira jurídica, e exonerou-se da promotoria, voltando novamente ao Rio de Janeiro em 1911.

O jornalismo foi à atividade que se entregou ao ir trabalhar na “Gazeta de Notícias”, no “Jornal do Comércio”, em “A Noite”. Em 1918 lança seu segundo livro. “Solitudes”, em que encontra grande sucesso. Ainda assim, Pereira da Silva já era um homem amargurado, humilde e recatado.
A amargura que atormentou sua vida é externada nos seus livros posteriores: “Beatitudes” (1919), “Holocausto” (1921), “O Pó das Sandálias” (1923).  Suas obras e suas críticas literárias, o tornaram um nome nacional, chegando a revista “O Mundo Literário”, em que alcança prestígio no meio cultural carioca. Em 1928, já menos angustiado, lança “Senhora da Melancolia”. Viúvo, e em segundas núpcias, em 1930, reconstrói seu lar, juntamente da esposa e seu filho Hélio, do primeiro casamento.

O sacerdote da poesia em seu gabinete de trabalho. Fonte: Gilsa Elaine Ribeiro Andrade.
A Academia Brasileira de Letras foi o auge de sua vida acadêmica e literária, em 1932, alguns acadêmicos ergueram um movimento em prol de Pereira da Silva, e no dia 23 de novembro de 1933, a ABL elegeu o poeta para ocupar a Cadeira nº 18, que tem como patrono João Francisco Lisboa. Pereira da Silva recebeu 28 votos em seu favor, e apenas 1 a outro pleiteante a vaga.

O 1º Imortal Paraibano é celebrado com alegria pelo Interventor Federal na Paraíba, Gratuliano de Brito, em que recebeu de Alcides Carneiro a mensagem: “Nosso conterrâneo, Pereira da Silva, eleito para a Academia, precisa de fardão e não tem tostão. Pedimos ajuda da Paraíba”.  O poeta de Araruna recebeu então, o fardão dado pela Paraíba, e foi homenageado pela bancada do Estado na Assembleia Nacional Constituinte, onde em nome dos paraibanos discursou o Dr. Castro Pinto.

O Poeta da Dor tornou-se o patrono da cadeira de nº 34 da Academia Paraibana de Letras, fundada em 1941. 

Em plena emoção Pereira da Silva descreve o momento: “Compreendeis a minha emoção. Que palavras íntimas poderia eu invocar para exprimir, como desejaria, o meu reconhecimento ao Governo da Paraíba, por este ato de generosidade e de estimulo da minha terra e da minha gente? É a primeira vez, na vida, que se me depara a alegria. É bela e radiosa demais para os meus olhos deslumbrados e para minha alma surpresa [...]. Não é apenas uma vestidura acadêmica, mas a presença virtual de minha terra e de minha gente ingressando comigo os pórticos da mais alta instituição literária da Pátria”.

                               
                            Discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, 26/06/1934.
Fonte: Gilsa Elaine Ribeiro Andrade








































Pereira da Silva na ABL dentre outras atividades, fez estudos aprofundados sobre Machado de Assis, Gonçalves Dias, Silva Alvarenga, Adelmar Tavares e outros.



O poeta Pereira da Silva, em fotografia
 enviada por Jorge Luís Pereira da Silva
(neto)
Alguns pensamentos:

"Saudade, o inverso da esperança, cada instante vivo mais aumenta!"

"O Amor e a Fome são duas forças de impulsões fatais."

"Vive com tua dor, que esta jamais te ilude".

"Ninguém sabe no mundo o seu destino. E, muito menos, se o não merecia!..."

Seus últimos anos foram em refúgios serranos do Rio de Janeiro: Pati dos Alferes, Vassouras, e por fim, Rodeio.  Pereira da Silva se sentia doente de uma tuberculose, mesmo assim, em 1940, publica seu derradeiro livro: “A Alta Noite”.

Isolado num hotel antigo de uma pequena vila, o poeta ficou por muito tempo sozinho. Era visitado algumas vezes pelo jornalista Jorge Azevedo, e também pelo seu filho Hélio, que durante os sábados trazia-lhe o conforto que buscava. Mesmo doente ainda escreveu: “Os homens de Deus e Milagres de Cristo”, “Intranquilidade” e “Meus Irmão, os poetas”.

Sua morte ocorreu no dia 11 de janeiro de 1944, às 18 horas, estando com 68 anos de idade, na Clínica São Vicente, RJ, onde estava internado. Foi na sede da Academia Brasileira de Letras que foi velado, tendo sido sepultado no Cemitério São João Batista. 

Múcio Leão discursa na despedida do imortal paraibano:

Pereira da Silva teve um destino, um único e maravilhoso destino – o da Poesia. Nunca foi outra coisa, nunca ambicionou ser outra coisa, senão esta coisa simples, misteriosa e divina – Um Poeta”.


Por: Wellington Rafael


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Referências Bibliográficas:

Série: ARARUNA CULTURAL 1

ANDRADE. G. E. R. Pereira da Silva no campo literário: o discurso da crítica e dos periódicos (1890 - 1960). João Pessoa, 2015.
LUCENA. H. F. de. A. J. Pereira da Silva (Primeiro Paraibano da Academia Brasileira de Letras). Documento. João Pessoa. A União, 1993.
TAVARES. A. Discurso de recepção de Pereira da Silva, pronunciado em 26.06.1934 na ABL. In Discursos Acadêmicos (1933-1935), vol. VIII. Rio de Janeiro, Empresa Editora ABC. Ltda., 1937.








segunda-feira, 1 de julho de 2019

A morte do bom cristão e a morte do pecador

A Igreja Católica Apostólica Romana sempre utilizou métodos lúdicos, como forma de evangelizar. A exemplo disto, , encontramos gravuras de catequese antiga, representando o fim último do homem:

1- A Morte do Bom cristão: retratava um homem enfermo que chegou ao fim da sua vida terrena, no qual durante ela, sempre foi temente a Deus, obediente a religião, assíduo nos sacramentos, seguidor da fé e respeitador da família; está recebendo o sacramento da extrema unção. Na gravura vemos também o anjo consolador apontando o caminho do céu, representando a amizade com Deus, daquele justo que está em seus últimos momentos.


2- A Morte do Pecador: mostra um homem que afastou-se das virtudes religiosas e familiares, caindo no pecado do adultério e na mundanidade.
Podemos observar o horror no semblante do moribundo, vemos a representação dos demônios eufóricos ao ver que ganharam mais uma alma para o inferno, e o anjo que cobre a face em sinônimo de tristeza, devido a perdição eterna de uma alma.


Essas gravuras, também chamadas por alguns, como pinturas do "Bem casado" e do "Mal casado", possuíam espaço na Igreja Matriz de Araruna, situavam-se em suas paredes internas, em 2 molduras.
Após a reforma de 2000, com a colocação de placas, as molduras perderam espaço e até onde se sabe, desapareceram.
As gravuras exemplificadas, eram idênticas as da matriz, porém em proporções menores, pertenciam ao senhor Antônio Almeida Laurentino, que doou ao Museu Municipal José Amâncio Ramalho, no Mercado Cultural.
Fica nítido nas pinturas, que a igreja também procurava causar temor aos possíveis pecadores, como forma de não desvirtuar dos ensinamentos da religião.
Nesta pesquisa agradeço importante colaboração do ararunense radicado em São Paulo, Rivaildo Santos.
Por: Wellington Rafael

sábado, 29 de junho de 2019

Feira-livre de Araruna é reconhecida como "Patrimônio Histórico, cultural e imaterial" do município.

Neste ano de 2019, a Câmara Municipal de vereadores aprova o reconhecimento da feira-livre de Araruna como "Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial" do município, proposta da vereadora Mª de Lourdes S. Macedo, a pedido do Gerente de Cultura do município, Professor Wellington Rafael.



Foto 1: Feira acontecendo nos arredores do Velho Mercado, destaque para a arborização da praça Rio Branco, há muito tempo não existe mais nenhuma arvore no local. Déc. de 1930.



Foto 2: Frente do Velho Mercado com barracas de feira em seu redor e na Praça João Pessoa. Esta feira foi transferida de local após construção do "Novo Mercado" pelo prefeito Targino Pereira, que desativou o antigo mercado em 1959. Foto da Déc. de 1950.

A feira-livre de Araruna é uma das maiores, mais antigas e concorridas do interior do estado da Paraíba, atraindo vendedores de mais de duas dezenas de cidades diferentes da PB e do RN, e vem testemunhando os períodos de crise e ascensão da economia brasileira no decorrer das décadas.

Fonte: Humberto Lucena
Por: Wellington Rafael

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Memórias de Araruna: Targino Pereira da Costa Neto

Targino Pereira da Costa Neto
Fonte: Bilac Soares
Um homem de muitas historias e de muitos caminhos, este foi Targino Pereira da Costa Neto, um icone político e administrativo em dois estados da federação.

Nascido em Araruna/PB, aos 26 de julho de 1937, filho de Pedro Targino Sobrinho, e Maria das Neves de Araujo Targino, era herdeiro do renomado clã familiar Targino, influente na política ararunense desde o início do século XX.

Teve os seguintes irmãos: Maud (in memoriam), Marluce, Marlene, Maura, Marnizete, Maria Amavel, Marne (in memoriam), Lindomar (in memoriam), Pedro (in memoriam), Reginaldo, Nelson (in memorian), Aluísio, Adamastor, Antenor, Maria Odete, Getúlio, José (in memoriam). 

Casou com Dona Germana de Azevedo Targino, com quem teve os seguinte filhos: Silvana, Giovana (in memoriam) e Germano.

 Vindo de uma família tradicional na política paraibana, cresceu vendo seus parentes administrando e dominando os destinos políticos de Araruna, herdando o gosto pela política de homens como o Major Pedro Targino e o Coronel Gino (Targino Pereira), desta maneira, vê-se animado a também participar como homem público atuando na política. Seu primeiro êxito político, foi aos 22 anos, se tornando o 1º prefeito eleito do recém emancipado município de Tacima/PB, em 1959, derrotando Tercílio Cruz. 

Após administrar Tacima por mais de 3 anos, Targino se afasta para concorrer á prefeitura de Araruna, município vizinho, cujo qual Tacima se emancipou, e que era o seu berço natalício e  político. E, embora o pleito em Tacima tivesse sido difícil, o de Araruna pareceu uma disputa mais renhida, o adversário era o mais poderoso líder político do Curimataú paraibano a época, o latifundiário Benjamim Maranhão.

Sua música de campanha ainda está viva na recordação daqueles que vivenciaram as emoções deste acalorado pleito, a letra dizia:

"Targino Pereira, tu és a nossa grande esperança.
Prefeito do povo, da juventude e das crianças.

O teu nome altaneiro, há de ficar nesta geração,
és o penhor, és o herói desta grande redenção!

Queremos a vitória de Targino e Agenor.
Targino é a nossa esperança,  Agenor vice também é!
Eis aqui o teu povo, para lutar e vencer contigo,
Livrando de Beja, que pra Araruna é um perigo!"

Embora jovem, Targino, representava um grupo político antigo, constrastando com a idade de Seu Beja, um homem já idoso, mas muito energético, advindo da mesma familia e grupo político, rompidos desde o "Racha dos Targino" em 1955. Uma arvore com galhos em forma de "V" de frente a praça João Pessoa, foi testemunha de manifestações políticas de Targino e seu grupo, que afirmavam que até a arvore fazia o seu "V da vitória". Esta que se confirmou com o abrir das urnas:

Resultado eleitoral de 1963, onde Targino é eleito prefeito de Araruna. Fonte: TRE/PB

Comício na campanha de Targino Pereira, á prefeitura de Araruna em 1963. Fonte: memoriadeararuna.com.br
 Esta eleição vencida por Targino foi muito importante para mudança do contexto político pelo qual vivia Araruna, o adversário vencido, como mencionado anteriormente, era o líder político mais forte do município, estava estabelecendo um domínio hegemonico que foi quebrado, Beja Maranhão foi prefeito de 1956 á 1959, elegeu o sucessor Alfredo Barela (1960 -1963), e estava tentando retornar a prefeitura, com a derrota para Targino, o ramo familiar Targino Maranhão, fica na oposição por três gestões, até a épica vitória de Wilma Maranhão em 1976. 

Confraternização da posse de Targino Pereira como prefeito de Araruna, no Clube recreativo 14 de Julho, entre os presentes, o primo Agenor Targino.  Fonte: memoriadeararuna.com.br

Missa de posse de Targino Pereira como prefeito de Araruna, realizado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, junto da 1ª dama Germana Azevedo, Agenor Targino, Antônio Fialho e outros, detalhe no costume dos homens e mulheres sentarem em lados opostos na igreja. Foto: memoriadeararuna.com.br
A frente da prefeitura de Araruna, Targino Pereira realizou grandes feitos, onde o mais destacado sem dúvidas foi a construção do Novo Mercado Público, em funcionamento até os dias atuais, esta obra gerou um marco na evolução urbana da cidade, que estava estagnada, após a construção do antigo mercado em 1909.

 Esta obra favoreceu o deslocamento do comércio da cidade para uma outra região, em direção ao "Tury", fazendo com que a mancha urbana da cidade evoluísse, para tal, Targino precisou entrar em breve atrito com o adversário político recém derrotado, Beja Maranhão, para abertura de uma avenida que levaria justamente o arruamento urbano em direção ao mercado novo, me refiro a atual rua Benedito Fialho, onde antes funcionava o armazém de Seu Beja, e onde havia também uma cisterna, onde sua forma arredondada pode ainda ser vista no calçamento. funciona nesta rua atualmente o Banco do Brasil, e mais recentemente Banco Bradesco.


Esta construção do novo mercado fez com a cidade expandisse, onde por outro lado, tornou o antigo centro comercial um ambiente de declínio, onde notadamente o mercado velho caiu em desuso e funcionou com objetivos menores, Targino segundo relata, Humberto Fonseca de Lucena, pretendia tornar o antigo mercado a sede do poder municipal, não sendo possível no caso. 
Almir Carneiro da Fonseca ao microfone, em posse de Targino Pereira, junto da esposa Germana e das irmãs Marne e Maud. Foto: Humberto Fonseca de Lucena.

Administrar as cidades com um olhar voltado para futuro parece ser uma das marcas de Targino Pereira enquanto gestor, foi assim em Araruna com o visionário novo mercado, e assim se sucedeu também em Nova Cruz/RN, com a construção de um mercado público referencial para uma cidade que abriga uma das feiras livres mais tradicionais e fortes do Agreste do Rio Grande do Norte.

Na fotografia abaixo, vemos a inauguração de um Parque Infantil, na Praça Feliciano Soares do Nascimento, Marco Zero de Araruna, criminosamente destruida pela gestão de Wilma Maranhão anos posteriores, para dar lugar á uma escola minuscula, com pouca estrutura e condições físicas.  


Prefeito Targino Pereira, ao lado do governador da Paraíba João Agripino, em solenidade de inauguração do Parque Infantil na Praça Feliciano Soares. Fonte: Wellington Rafael da Silva


Prefeito Targino Pereira no Clube Recreativo 14 de Julho, em evento com crianças. Foto: Humberto Fonseca de Lucena
Targino Pereira comandou 2 municípios vizinhos por praticamente toda década de 1960, quando também inicia seu bacharelado de Direito, formando-se em João Pessoa, pouco tempo depois foi nomeado Advogado de Ofício do estado da Paraíba, e aprovado em concurso público em 1972, como Promotor público da Paraíba. 

No que se refere ainda as disputas eleitorais e cargos públicos segue a cronologia:

*1959 - elege-se prefeito de Tacima/PB;
*1963 - elege-se prefeito da terra natal, Araruna/PB;
*1982 - candidata-se a prefeitura de Nova Cruz/RN, ficando em 2º lugar;
*1982 - diretor da extinta estatal CIDA (Companhia de Desenvolvimento Agrário/RN;
*1988- elege-se prefeito de Nova Cruz/RN;
*1994 - elege-se Deputado Estadual para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte;
*1995 - assume a Secretaria de Interior, Justiça e Cidadania, no governo Garibaldi Alves Filho;
*1999 - assume a prefeitura de Goianinha/RN como interventor por 40 dias;
*2004 - elege-se prefeito de Tacima/PB, 41 anos depois, aos 67 anos de idade;
*2008 - reelege-se prefeito de Tacima, aos 71 anos de idade;
*2016 - elege-se prefeito de Nova Cruz, aos 79 anos de idade.


Deputado Estadual  Targino Pereira da Costa Neto
A força política, e o crédito administrativo dado pelo povo de diversos municípios, fizeram com que Targino elege-se também parentes em cargos políticos, como a esposa Germana em Nova Cruz em 1996;o filho Germano, prefeito de Lagoa D'Antas em 1996, reeleito em 2000; e seus sucessores em Nova Cruz, Vandy Ernesto de Andrade em 1992; e em Tacima, Erivan Bezerra em 2012.

Targino Pereira da Costa Neto
Internado desde o dia 2 de janeiro de 2019, falece aos 81 anos de idade em virtudes de problemas renais, na tarde do dia 7 de janeiro, acometido de um câncer, no Hospital Rio Grande, em Natal/RN.

Targino faleceu no cargo de Prefeito de Nova Cruz, cidade que possui grande história, deixando um legado administrativo, um povo que o credenciava e uma lacuna na sociedade de 3 municipios: Nova Cruz, Tacima, e Araruna, sua terra natal, como homem  de muitas ações que melhoraram a vida dos municipes. Targino é, um homem que enfrentou varias fronteiras na política de 2 estados, Paraíba e Rio Grande do Norte, conquistando uma série de amigos e admiradores. 

Como contemporâneo de Targino Pereira, a quem tive algumas oportunidades de fazer diversos questionamentos históricos, deixo meus agradecimentos, pois sua ajuda como prefeito de Tacima, me garantiu poder cursar por muito tempo na universidade o curso de História, cedendo-me e a muitos tacimenses transporte público e viabilizando minha ida até mesmo em transportes de outros municipios.  

Por: Wellington Rafael

Agradecimentos á Rosane Targino, sobrinha de Targino Pereira, por contribuir no recolhimento de muitas informações. 

Referência: Genilson de Sousa, em entrevista ao ex-deputado Targino Pereira, na coluna "Resgate Memorial".